Tsunami - Em japonês: Onda de porto - Onda de grandes dimensões causada por um terremoto ou por uma erupção vulcânica no fundo do mar.
Tsunami - Meu Gol 1989 AP 1.6
Todo carro que Deus me deu o privilégio de possuir ganhou um nome. Cada nome, tem seu significado.
Meu primeiro carro foi o Fiote. Coloquialismo cacofônico regional para Filhote; uma denominação simples para demonstrar que aquele Escort de cor champagne tinha uma importância singular por ser o primeiro carro comprado com meu próprio esforço.
Em seguida veio um Fusca que eu queria transformar num monstro de engolir asfalto, tal como o Tsunami. As economias não foram tão bem planejadas e ele ganhou o nome de Mel Gibson: velho, mas bonitão.
O Mel não tinha o mesmo glamour que o ator que lhe emprestara o nome e pouco tempo depois entrava em minha vida o Tsunami. Entretanto, ainda sem este nome e sem o propósito de ser o carro que eu utilizaria para realizar todos os meus sonhos de mecânica.
Eu odiava os Golzinhos quadrados, por uma série de motivos técnicos. O Fabinho lembra bem disso. Sabia da fama do motor AP (Alta Performance), mas achava tudo isso um exagero mercadológico criado intencionalmente pela marca do Carro do Povo. Na época que conheci o Tsunami eu estava sem carro e a Gisele, uma colega professora de inglês, além de ter me arranjado um emprego também providenciava as caronas para ir ao trabalho. Ela era a dona do Tsunami, pois o tinha comprado de sua tia, que por sua vez o tinha retirado zero quilômetro em 1989. Isso foi em 2005.
Pois bem, na primeira vez que vi a Gisele chegando naquele Golzinho todo caretinha e original, já com o desdém de um caroneiro ingrato, pensei: "Puxa, um Gol quadrado...". Entrei e sentei. Logo após me cumprimentar com sua efusiva alegria característica ela me diz:
"Você se importa de eu ir um pouco mais rápido? Não gostaria de nos atrasar."
"Que pergunta, Gisele, xuxa o bete!"
Ela acelerou. Meu corpo colou-se ao encosto do banco. Pelo retrovisor eu via motos ficando para trás.
"O que é isso, Gisele?????"
Risada longa, alta e espontânea. "Forte né? Esse é o tal do motor AP"
Peguei algumas caronas com a Gisele. Além do AP, o estado de conservação do carro e os vidros elétricos me atraíram muito. Perguntei se ela me venderia o Gol:
"Nunca. Este carro é bom demais!"
Insistente, disse a ela que eu não tinha um Real:
"Já que eu não tenho grana e você não vai vender, não custa me prometer".
Risadas e mais risadas e a promessa que eu queria.
"Já que estamos falando hipoteticamente, quanto?"
"Cinco e meio. Comprei por cinco e não quero me desfazer".
"Fechado. Quando bater com a cabeça e ficar maluca me ligue".
Ela não bateu a cabeça nem ficou maluca. Meses depois um cunhado deu um carro de presente para ela e sem condições de manter dois carros ela se lembra da promessa. O valor foi honrado, apesar de a Gisele ter recebidos propostas cuja intenção era quebrar a promessa. Graças a Deus a Gisele é uma pessoa íntegra e valorosa.
Minha mãe comprou o carro já que eu continuava quebrado. Um ano depois minha mãe me dava o carro de presente. Mãe geralmente trabalha para Deus e a minha é uma dessas.
O Gol andava muito e logo ganhou o nome de O Rei da Rua. Pretensioso e irreal. Tempos depois seu nome seria Tsunami para não ser mudado mais.
O novo nome tem uma origem muito pitoresca, nem um pouco dramática ou baseada em sofrimento humano como a foto que abre a postagem pode sugerir. Presenciei um dia na academia, um personal trainer muito forte (e não muito bom no trato verbal com outras pessoas) esbarrar em uma colega de forma que a mesma quase vai ao chão. Estarrecida, ela se dirige a ele com a pergunta:
"Mas o que é iiiiiiiiiiisso?"
Imediatamente ele responde:
"É o Tsunaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaami"
Pronto!! Está aí a origem do nome do carro, de forma bem sucinta...
Bom domingo a todos!!!
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